A par da importância do lugar em que se situa, a região da Golegã detinha uma das riquezas mais importantes desde tempos remotos: um solo fértil. A fama das suas terras atraiu muitos, como grandes agricultores e criadores de cavalos. Dos períodos mais antigos vêm alusões à região, como na carta de doação da Quinta da Cardiga, de 1169, passada por D. Afonso I à Ordem do Templo, arroteamento e cultivo. No século XIX, com base na valorização agrária da região, a Golegã voltou a ganhar importância, para o que muito contribuíram as figuras de dois grandes agricultores e estadistas: Carlos Relvas, fidalgo da Casa Real, grande amigo do rei, comendador, lavrador, artista, proprietário de diversos estabelecimentos agrícolas e de dois palácios (onde por várias vezes hospedou a família real), e José Relvas, seu filho, imensamente ligado à causa republicana, ministro das finanças e também um grande artista.
Já no século XVIII e com o apoio dado pelo Marquês de Pombal, a feira começou a tomar um importante cariz competitivo, realizando-se concursos hípicos e diversas competições de raças. Os melhores criadores de cavalos concentravam-se então na Golegã. A Feira da Golegã, chamada até 1972 Feira de S. Martinho, data a partira da qual passou a denominar-se Feira Nacional do Cavalo foi ganhando renome. É a mais castiça e importante de todas as feiras que no seu género se realizam em Portugal e no mundo. Aqui apresentam-se todos os criadores, com os seus belos exemplares, razão pela qual, se transacionam na Golegã, os melhores puro-sangue criados no país, que são vendidos para vários pontos do globo. A Golegã há muito que passou a ser a Capital do Cavalo. O dia de S. Martinho, de feira que foi, passou ao mais belo e único espetáculo equestre publico que se realiza a nível gratuito entre nós. Ralies, raids, jogos equestres, campeonatos, maratona de carros de cavalos, espetáculos, são alguns dos mais belos eventos que na Golegã se realizam, na apresentação do mais belo animal do mundo que é o cavalo. E para complemento da festa, justificando o adágio popular que “pelo S. Martinho vai à adega e prova o vinho”, não faltarão a água-pé e as sempre apetitosas castanhas assadas.